Depois das assinaturas, Pedro Portugal Gaspar e Pedro Folgado selaram o renovado vínculo com um cumprimento
O Serviço Municipal de Informação ao Consumidor (SMIC) celebrou os 30 anos de existência na sexta-feira, com um seminário preenchido no Auditório Damião de Góis, em Alenquer. O arranque da conferência fez-se com a assinatura de um renovado protocolo entre o Município de Alenquer e a Direção-Geral do Consumidor, representada por Pedro Portugal Gaspar, o diretor-geral.
Neste novo documento renovam-se os compromissos de manutenção do SMIC de Alenquer e seus recursos humanos e materiais, da parte da Câmara Municipal, assim como é reiterado o apoio na divulgação de informações do interesse dos consumidores, possibilitando ainda proporcionar ações de formação aos técnicos de consumo, promovendo articulação com outras entidades de apoio ao consumidor, da parte da Direção-Geral do Consumidor (DGC).
Na abertura do colóquio, o presidente do município manifestou-se satisfeito por ver "um auditório tão jovem", preenchido por alunos do 10º e 12º anos de agrupamentos de escolas do concelho, que ouviram ensinamentos tão básicos quanto importantes para as respetivas vidas. "Os jovens já nascem com uma condição que mostram ser fácil interagir com as novas tecnologias, o problema é o impacto que podem ter na nossa vida. Utilizamos de uma forma empírica, sem pensarmos muito, sem restrições. E não pensamos nas consequências dessa utilização. O meio digital é importante porque facilita-nos a vida, mas há situações que nós desconhecemos", vincou Pedro Folgado, instantes antes de assinar novo compromisso com a DGC.
"A noção de tempo e de espaço mudou. Dá-se uma rotura de comportamento e consequentemente de direitos e da defesa do consumidor. Há uma situação diferente e temos de ter noção dela. É um caminho que se faz, construindo-o com os vários intervenientes. Quero ter uma palavra de confiança para o futuro. Com a assinatura do protocolo pretendemos aprofundar a componente informativa face a este novo desafio", reforçou Pedro Miguel Gaspar.
Nos dois painéis do dia, os temas 'O Perfil do Consumidor Digital' e 'Os Desafios dos Consumidores do Mundo Digital' foram abertos ao debate. O inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Luís Filipe Lourenço, esteve em Alenquer para explicar aos mais novos alguns dos perigos digitais com que se deparam e garantir que há trabalho em desenvolvimento. "Há pouco tempo foi criado um departamento de perícia digital para acompanhar estas novas tecnologias porque cada um de nós [na ASAE] já começa a deixar de ter competências para as acompanhar a não ser com especialistas. É o futuro e é sem dúvida o que vai otimizar a fiscalização e permitir que as nossas decisões em termos de direção sejam as mais corretas e avalizadas para o consumidor, para o operador económico e para o Estado", frisou o responsável máximo da ASAE.
Já Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), debruçou-se sobre um dos temas mais palpitantes do momento. "Estou convencido que o benefício que se pode tirar da inteligência artificial é muito maior do que o dano que esta possa fazer, mesmo na criação de empregos e na transformação da sociedade. Perante esta audiência, eu peço-vos: estejam atentos, procurem informação, estudem, aprendam línguas, se puderem tenham uma experiência no estrangeiro e abram os vossos horizontes. Depois disto tudo, podem vir para Portugal trabalhar. Por exemplo, graças à qualidade de vida de Alenquer, podem fazê-lo a partir de casa", referiu.
No encerramento do seminário, o vereador com o pelouro do desenvolvimento económico, Paulo Franco, apelou à massa humana jovem que marcou presença no auditório para estar em alerta, uma das chaves do progresso civilizacional. "Decidimos falar do meio digital nesta conferência. Se não formos uma sociedade esclarecedora, não estamos a contribuir para ser uma sociedade mais justa. Com alguma tendência, a discussão foi dirigida para o espectro negativo mas o meio digital não é. Se estivermos informados com aquilo que nos estão a vender, teremos benefícios com aquilo que podemos ter acesso, seja a nível de compra ou de consulta", deixou claro.