É já no dia 23 de setembro que decorre a 1.ª Reunião do Conselho Estratégico Empresarial Municipal de Alenquer (CEEMA).
O evento vai ter lugar na Quinta da Torre, mais direcionado para o tecido empresarial, mas aberto ao público.
A poucos dias da reunião, falamos com Paulo Franco, vereador da Câmara Municipal de Alenquer com o pelouro das atividades económicas, acerca do CEEMA e das expectativas que o município deposita neste novo órgão.
Como podemos definir o CEEMA?
É um órgão consultivo criado pelo município, que tem como objetivo ser um apoio na estratégia que o município quer definir no âmbito económico. O órgão foi criado no início do ano passado, só no início de 2022 é que está em Diário da República e só a partir daí é que pudemos trabalhar sobre esta matéria. Estão previstas duas reuniões ordinárias por ano, em março e setembro, pese embora possam haver reuniões extraordinárias. É composto por um conjunto de entidades que nos irá ajudar do ponto de vista mais formal e de maior proximidade, naquilo que entendemos ser a estratégia para a economia do concelho.
Qual a importância destas reuniões para o município?
Para nós é fundamental. A estratégia que definimos para a área económica, foi algo que quisemos construir juntamente com os nossos empresários. Uma das grandes necessidades sentidas, proposta e validada por eles, foi a criação de uma rede entre o setor empresarial. A Câmara sentia igualmente a necessidade de criar esta proximidade com os empresários. A estratégia que definimos ao longo dos últimos tempos surgiu também em função da nossa interação com o setor empresarial.
Vão ser apresentados vários projetos que o município tem vindo a dinamizar no setor económico…
Na próxima reunião, o mais importante é a instalação formal deste órgão. Mas não vamos perder a oportunidade de dar a conhecer aquilo que o município tem vindo a fazer, por exemplo, a criação de dois fundos financeiros (FFAEL) num valor superior a meio milhão de euros, do gabinete de apoio ao setor empresarial e também dos projetos estratégicos de investimento (PEIMA). Queremos ainda mostrar que a estratégia pensada para o setor empresarial tem sustentabilidade, que há um caminho já percorrido e outro a percorrer, daí querermos este órgão junto de nós, para apoiar aquilo que queremos desenvolver.
Quem pode participar nestas reuniões e de que forma?
É um conselho autárquico, pelo que a participação é pública. Todos estão convidados a estar presentes. O foco residirá mais nos empresários, naturalmente, mas qualquer pessoa pode estar presente, porque é importante estas terem conhecimento de como a autarquia vê o seu setor empresarial e a importância da sua economia para o território. O convite é para as empresas, porque queremos criar essa interação grande com as empresas locais, mas também para o cidadão comum, para saber o que a autarquia pensa e faz com o seu setor empresarial. A inscrição pode ser feita de forma gratuita, através do portal de negócios de Alenquer.
De que forma poderá ser esta reunião importante também para os participantes?
Vão ficar a saber, de forma clara e objetiva, a maneira como vemos e valorizamos a nossa economia local, nomeadamente aquilo que está pensado para a melhoria da mesma. Podem ser criados também grupos de trabalho dentro do próprio conselho, assentes em várias temáticas, para que possam depois interagir com o setor empresarial. Queremos construir um órgão dinâmico, caso contrário não faria sentido.
São membros permanentes do CEEMA várias entidades de referência. Enquanto vereador, como encara a presença destas entidades em todo o processo?
O objetivo foi garantir, como membros permanentes do conselho, entidades que representassem a economia no seu todo. Além de entidades nacionais, temos também representantes dos quatro principais clusters da economia local: os setores agroalimentar, automóvel e componentes, vitivinícola e transportes e logística. Temos também representantes na área do ensino, porque é nas escolas que tudo começa e elas têm de ser envolvidas no processo, bem como de instituições de ensino superior. Quisemos formar um conselho interdisciplinar, que congrega um conjunto de entidades públicas e privadas. Muitas das entidades presentes definem o que são áreas estratégicas do próximo quadro comunitário (PT2030), e algumas delas são também unidades de gestão desses fundos. Faz toda a diferença colocarmos este conjunto de entidades ao serviço do nosso tecido empresarial local.
Como pode o CEEMA contribuir para o desenvolvimento do concelho?
Acredito que, a médio prazo, este órgão vai ter um papel decisivo naquilo que são as nossas estratégias para o desenvolvimento do território, com resultados que o cidadão quer ver, que criam riqueza e valor e que, por sua vez, vão permitir à autarquia ter maior disponibilidade para investir mais naquilo que são as suas competências. Estou muito crente de que vamos iniciar uma nova fase dentro da estratégia que definimos há uns anos e que temos vindo a percorrer, assente na crença de que a sustentabilidade de um território passa pela economia. Um território sem economia dificilmente sobrevive e é necessário criar condições para as pessoas se fixarem nos territórios, sabendo que o emprego é a principal variável. O município não tem de se substituir às empresas, mas tem de fazer o seu papel, caso contrário, corre o risco de ficar para trás em relação a outros que tenham esta visão.
Quais as expectativas para esta primeira reunião?
São elevadas. Espero que as pessoas percebam a existência e a importância deste órgão. Estou certo de que vamos ter um setor empresarial dinâmico, que reconhece a oportunidade de poder interagir com determinadas entidades, de uma forma muito mais direta e profícua. Temo um pouco pela falta de conhecimento em relação a este assunto, mas eu próprio acredito muito na criação deste órgão e no futuro, que passa muito por aqui.
Há um dia especial que antecede a reunião do CEEMA. Quer explicar melhor o que se vai passar a 22 de setembro?
Teremos entre nós uma delegação composta por representantes associações e confederações empresariais das quatro comunidades autónomas das regiões transfronteiriças de Espanha. Vão conhecer a Quinta do Monte D’Oiro, bem como duas empresas locais, no caso a MCG e a Europastry. A visita serve para trabalharmos sobre o II Encontro Empresarial Ibérico, que será apresentado no dia seguinte, e cuja proposta é que se realize no nosso concelho, durante quatro dias, em março de 2023 (antes previsto para maio). É um evento empresarial que vai englobar os 12 municípios do Oeste, mais estas quatro comunidades transfronteiriças.
Qual o repto que lança quem possa estar interessado em participar na reunião?
Vamos ter um dia muito marcante, com uma série de convidados, entre os quais destaco António Saraiva (Presidente da CIP) e Álvaro Beleza (Presidente da SEDES). Apelo a que possam estar presentes, tanto empresários, como cidadãos em nome individual. Caso não possam, que estejam disponíveis para trabalhar connosco dentro deste conselho. Mas apelo a que não percam a oportunidade de ficar a conhecer este conselho, o que a autarquia pretende fazer com o mesmo e qual a visão para o desenvolvimento económico do nosso município.