Património

Atualizado a 27 maio, 2022
  • Igreja do Espírito Santo e Arcada - Paço da Rainha e Santa Isabel

    Situada junto ao rio Alenquer, na sua margem direita, antes da sua edificação aqui existiriam os paços da família real, D. Isabel de Aragão (Rainha Santa Isabel, mais tarde canonizada) e seu marido o rei D. Dinis, vindo a ser transformados em Albergaria por esta rainha e, também por sua iniciativa, aqui se deu início à construção da Ermida do Espirito Santo (1320).

    Associado a esta construção está o conhecido milagre das rosas, segundo o qual, cada rosa dada pela Rainha a cada pedreiro, se terá transformado num "dobrão" de oiro. Apresentando um avançado estado de degradação nos finais do século XVII, a capela sofre obras de reconstrução por volta de 1730 e novamente em finais do século XIX, devido às marcas de destruição profunda deixadas pelas invasões francesas. Durante largos anos manteve-se encerrada, vindo a ser reaberta ao culto em 1960, na sequência de um novo restauro.

    Na igreja são notáveis a talha dourada do altar-mor, o teto de madeira pintada e os azulejos do século XVIII, no interior da capela-mor, onde também existe o jazigo da família de Francisco de Macedo, primeiro provedor desta casa e irmão mais velho do célebre cronista Damião de Góis (século XVI), então confrade da Casa e Igreja do Espirito Santo. Anexo ao edifício, e ao longo de todo o seu comprimento, é digna de referência uma galeria porticada, de grande qualidade arquitetónica, construída no século XVI ou século XVII, que apresenta, no piso térreo, fachadas com arcos de volta perfeita, e, no piso superior, colunas toscanas. No seu todo, este corpo, elegante e equilibrado, é o mais interessante do conjunto arquitetónico, destacando-se das fachadas da Igreja e da Albergaria.

    Ainda relacionado com a presença da família real em Alenquer, decorrente do culto do Espírito Santo, aqui foram instituídas, também pela Rainha Santa Isabel e seu marido, o rei D. Dinis, em 1321, as célebres Festas do Império do Divino Espírito Santo.

    Atualizado a 27 maio, 2022
  • Convento de S. Francisco

    Primeiro convento franciscano fundado em Portugal, por D. Sancha, filha de D. Sancho I, no sítio onde existia o seu paço, em 1222, sendo seu superior o Frade Zacarias. D. Beatriz de Gusmão, mulher de D. Afonso III, mandou construir-lhe nova igreja, concluída em 1355, talvez porque a primitiva fosse demasiado pequena, à qual se acede por um pórtico ogival encimado pelas armas de D. Dinis.

    No reinado de D. Manuel renovou-se o claustro e lavrou-se o pórtico da casa do capítulo (este está classificado como Monumento Nacional desde 1910). No ângulo noroeste do claustro existe um relógio de sol, de mármore fino de Génova, oferecido a esta casa pelo cronista alenquerense Damião de Góis, no ano de 1557.

    O Convento de S. Francisco, de Alenquer, foi sempre venerado e protegido pela Coroa, como Convento de posse real. Em 1580 D. António, prior do Crato, depois de aclamado em Santarém, foi aqui reconhecido como rei de Portugal. Com os terramotos de 1531, 1755 e o último de 1969, o Convento sofreu danos difíceis de reparar. A partir de 1975, foi projetado fazer-se obras de reconstrução e reparação das áreas danificadas, dando-se por concluídas em 1986, abrindo o templo ao culto em outubro desse ano.

    Atualizado a 27 maio, 2022
  • Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres - Aldeia Galega da Merceana

    Alvo de várias campanhas de obras desde o século XVI apresenta na sua estrutura evidentes marcas de diferentes épocas na sua arquitetura. De fundação muito antiga, o seu portal principal, em arco canopial ladeado por colunas torsas com enfeites florais e a pia batismal são dos poucos vestígios que restam da igreja quinhentista decorada ao gosto do Renascimento.

    Apresenta interiormente vários elementos de conceção ornamental característica da segunda metade do século XVIII, sendo rica em azulejos azuis e brancos com cercaduras polícromas, ao longo da Nave, que ilustram episódios do Antigo Testamento e telas setecentistas dispostos sobre estes. Tem três altares de talha branco e oiro e os tetos são em madeira pintada com representações e figurações bíblicas. O exterior apresenta um conjunto de linhas sóbrias e depuradas, enquanto o interior é rico em elementos decorativos, que visam enobrecer o espaço, ao mesmo tempo que transmitem uma imagem iconográfica precisa. Ainda que apresente duas torres, apenas uma delas tem sineiras e é rematada por uma cúpula.

    Atualizado a 27 maio, 2022
  • Igreja de Santa Quitéria de Meca

    Imóvel de interesse público desde 1949, perfeito modelo e exemplo da arquitetura neoclássica, de marca temporal bem clara, segunda metade do século XVIII, apresenta uma equilibrada unidade arquitetónica e decorativa. Apresenta duas elegantes torres sineiras e uma movimentada fachada dividida, a toda a altura, por seis pilastras de capitéis jónicos que definem os espaços onde se abrem os três janelões gradeados e os três pórticos frontais de galilé. Uma cornija bastante saliente correndo pela base das duas torres, um frontão central com arcos contracurvados aberto num óculo quadrilobado e uma grande profusão de urnas com fogaréus flamejantes, completam a composição ornamental da fachada principal da igreja.

    O interior, de uma só nave e um curto transepto, é notável pelos seus mármores e pinturas. O teto, em berço, da nave da igreja é de madeira forrada de tela, pintada com grisalhas; os tons predominantes são os cinzentos, os verdes e o oiro, que se fundem numa bela harmonia criando uma perfeita ilusão de relevos que envolvem vários medalhões com cenas da vida e do martírio de Santa Quitéria. De grande valor são os paramentos, algumas imagens e os ex-votos desta igreja. É ainda peça de interesse o órgão que se encontra no coro, datado e assinado: "António Xavier Machado e Cerveira o fêz em o anno d’1816 Lisboa – N.º 82".

    No largo fronteiro está o trono circular, de pedra, de onde se procede à bênção do gado, que tem lugar durante a festa anual, que ocorre todos os anos em Maio.

    Atualizado a 27 maio, 2022
  • Igreja de Nossa Senhora da Piedade - Merceana

    Exemplo da arte Renascença inicial, de construção sóbria envolvida pela malha urbana da povoação, ocupa um lugar de relevo no panorama cultural do Oeste dado o seu valor artístico, interesse histórico e riqueza etnográfica de algumas tradições, festa e romarias. No entanto, o seu interior revela-se rico de obras de arte.

    A sua origem, ligada a uma lenda, remonta ao século XIV, tendo sido mandada edificar no começo do século XVI pela rainha D. Leonor, para substituir a capela então ali existente. Igreja rica, com proteção real, sofre várias alterações ao longo dos seus 400 anos de existência. De planta retangular composta por três naves, capela-mor e duas torres sineiras, apresenta uma sobreposição de estilos e de artes decorativas, que vão desde o século XVI até aos nossos dias, fundindo-se num belo equilíbrio de formas, luz, proporções e cor, capazes de encantar o seu visitante.

    Os azulejos da nave, bem como todos os que embelezam a igreja, datam do século XVIII, e formam 14 painéis figurativos que narram a lenda do aparecimento da imagem da Virgem. O púlpito, de mármore vermelho, é um marco da época seiscentista e está ladeado por capelas colaterais, dedicadas a Nossa Senhora da Conceição (Evangelho) e São José (Epístola).

    A COBERTURA DAS NAVES é de madeira pintada formando, na nave central, uma moldura com falsa guarda decorada com arte figurativa e nas laterais, painéis menos exuberantes, mas com igual decoração.

    A COBERTURA DA CAPELA-MOR ostenta quadraturas pintadas, onde várias figuras assistem ao episódio narrado no painel central, a "Assunção da Virgem", belos exemplares do século XVIII. Os altares em talha dourada do período barroco dão grande valor a esta igreja. No Baptistério, resultado da transformação do velho celeiro, ocorrida já no século XX, encontramos a pia baptismal e a figura de S. João Baptista em bronze.

    Atualizado a 27 maio, 2022
  • Igreja de S. Pedro - Túmulo de Damião de Góis

    Não se sabendo ao certo o ano de fundação desta antiquíssima Igreja, uma das cinco paróquias da Vila de Alenquer e antiga sede de freguesia, a sua existência é documentada em 1239. Segundo testemunho do seu pároco, Padre Pedro da Silveira, nas suas "Respostas" (1758), a igreja terá sido completamente arrasada com o terramoto de 1755, vindo a ser posteriormente reconstruída e de novo aberta ao público.

    Tem pia batismal quinhentista. Em 1940 sofreu obras para a transladação da capela e do túmulo com as cinzas do célebre Damião de Góis, natural de Alenquer, e de sua esposa, Joana de Hargen, que se encontravam na Igreja de Santa Maria da Várzea, então arruinada. Para esse fim, inserida no lado direito do corpo do edifício, a capela abre para o local através de um arco de volta perfeita ladeado por contrafortes, tendo sido mantido o chão original, de lajes de mármore vermelho e branco, coberto por abóbada de nervuras decorada por florões nos bocetes.

    Ao centro, o altar não apresenta qualquer decoração. Nela foram ainda aplicados todos os componentes existentes na referida igreja e relacionados com o cronista e sua mulher. Deste conjunto original fazem parte a sua laje tumular, a respetiva lápide tumular com inscrição feita pelo próprio em 1560 (15 anos antes da sua morte) coroada com uma escultura representando o seu busto, a lápide de armas de ambos oferecida a Damião de Góis pelo imperador Carlos V, entre outros componentes. Nesta capela também se pode admirar uma escultura policrom, Ecce Homo, trazida da Flandres, segundo a tradição, por Góis para Portugal.

    Atualizado a 27 maio, 2022
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